sábado, 5 de maio de 2012

A nossa obra a concurso...


            Os nossos estrunfes e estrunfinas tiveram uma semana muito azafamada. Depois de um fim de semana preenchido com a festa da 1ª Comunhão, dos alunos do 3º ano, fizeram-se as revisões e nos últimos três dias da semana realizaram-se as fichas de avaliação mensal.
            Entretanto, como era previsto, saíram os nomes das escolas vencedoras do concurso realizado em fevereiro, deste ano, “Pequeno, Grande C” (concurso realizado pela Calouste Gulbenkian - Lisboa) e embora a nossa obra não tenha sido selecionada, valeu-nos a experiência, o empenho e a motivação de um projeto (a coesão do grupo para um resultado final). Adorámos ver alguns trabalhos de nossos colegas de outras escolas. http://www.facebook.com/#!/pages/Pequeno-Grande-C/220587777997148
            Uma vez que o concurso terminou, passamos a apresentar a nossa história. Simples, certamente, mas criada por nós em contexto de sala de aula e com base numa experiência real.



De Pequeno a poupar, Grande a ganhar”
            O Rodrigo era um rapaz de oito anos cheio de energia. Adorava a Natureza e tudo o que ela tinha. Apreciava as árvores, as flores coloridas, as borboletas e os cantos dos pássaros, enquanto fazia belos passeios de bicicleta e corridas de skate.
            Já na escola, a sua preferência era jogar à bola. Começava, logo de manhã, mesmo antes da aula. A bola parecia chamá-lo para a brincadeira e ele não resistia. Logo que avistava o carro da professora a estacionar, pegava na bola e arrumava-a no armário e corria a lavar as suas mãos. Precisava de se despachar para não se atrasar a entrar na sala de aula.
            Certo dia, o Rodrigo foi lavar as mãos, mas como sempre, não verificou se a torneira ficou bem fechada. Quando se preparava para sair da casa de banho, ouviu uma voz fina e doce que o chamava:
            - Rodrigo…. Rodrigo. Volta!
            O rapaz, ao ouvir aquela voz e o seu nome, voltou-se e não viu ninguém. Aproximou-se do lavatório para fechar a torneira que tinha ficado a pingar. E foi nesse instante que percebeu que a voz vinha de uma gota de água, que tentava segurar-se à torneira para não cair.
            O Rodrigo espantado com o que via, perguntou à gotinha:
- Tu falas? Devo estar a sonhar!
- Não, tu não estás a sonhar. Eu sou uma pequena gotinha de água, mas com uma grande missão.
- O quê? Uma missão como aquela miúda dos desenhos animados? Posso ajudar?
- Sim!
O Rodrigo, interessado naquela conversa, estendeu a mão e deixou a gotinha escorrer pelos dedos até à palma da sua mão.
         A gotinha começou a contar a sua história e o Rodrigo ficou boquiaberto. Ela explicou que o planeta Terra corre perigo, porque há grande desperdício de água potável.
            - Como assim? Mas eu acho que há tantas fontes, rios e mares…
           - Pois, mas muita dessa água é imprópria para beber. – disse a gotinha.
            - Mas, afinal, ainda não respondeste à minha principal dúvida. Porque é que estás aqui? Por que é que me chamaste? Como sabes o meu nome?
            - Eu chamei-te porque as minhas irmãs contaram-me que tu e alguns dos teus colegas desperdiçam muita água.
            - Ai sim ?!!! Como é que nós estragamos água? – perguntou o Rodrigo. – Não me digas que é por a torneira ficar mal fechada?
            - Sim! Sabias que mesmo só com a torneira a pingar há muita água que se perde?
           - Ah! Só mesmo a pingar? – perguntou o rapaz curioso.
            - Sim. Sabias que ao fim de um dia já se terá desperdiçado quarenta e seis litros de água?
            - Não, não fazia ideia! Mas esse número é assustador. Como é possível?
            A gotinha sorriu e continuou a explicar:
            - Pensa bem na água que tu e os teus colegas têm gasto quando deixam a torneira mal fechada…
            - Upss!!! É que eu, às vezes, tenho tanta pressa que nem vejo se a torneira está aberta.
            - Mas, Rodrigo, esse teu gesto não é nada bom para o nosso planeta.
            O Rodrigo ficou pensativo e disse, por fim:
            - Prometo que vou tomar mais atenção e vou verificar sempre se a torneira fica bem fechada.
            - Fico muito contente contigo! E como vais alertar os teus colegas?
            - Não te preocupes, gotinha. Vou já avisá-los e podes acreditar que não vou permitir mais desaproveitamentos.
            -Há ainda outras formas de poupar água e que talvez não conheças ou te lembres.
            - Sim?!!!
            - Muitas são as crianças que, enquanto lavam os dentes, não se preocupam e deixam a água a correr, desperdiçando muita, muita água.
           - Estou a ver…. Tanta água boa a ir embora. É mesmo um grande disparate! E nos banhos? Será que também fazemos asneira?
           - Percebo agora que a água passará a ter um valor diferente para ti. – disse a gotinha com um sorriso muito grande e iluminado. – Os banhos, apesar de diários, devem ser rápidos e de chuveiro, para haver uma maior poupança da água. Caso contrário, no futuro haverá muitos problemas por causa da falta de água.
            -Problemas? ... Queres dizer, pode haver guerra pela falta de água?
            - Sim. – respondeu, com certeza, a gotinha.
            - Realmente, este assunto é mesmo importante… - disse o rapaz, levantando-se e olhando para a gotinha.
           - Tenho de entrar na aula, pois a professora e os meus colegas já devem estar preocupados comigo! Onde te posso deixar?
            - Não te preocupes comigo. Deixa-me aqui, no lavatório, para depois eu ir ter com as minhas irmãs.
            - Mas não vais esperar aqui por mim e pelos meus colegas, no intervalo? Estou cheio de ideias sobre a importância da poupança da água… mas preciso de ti para me ajudares.
            - No intervalo cá vos espero!    
             Quando o Rodrigo chegou à sala a professora perguntou-lhe o que tinha andado a fazer para chegar tão tarde à sala de aula. Ele explicou à professora e aos colegas o seu encontro com a gotinha de água.
             - Uma gotinha de água a falar? – perguntou um colega.
            - Tu tiveste esse sonho? – perguntava outro.
            - Ele deve ter estado a brincar e agora está a inventar tudo isto… - diziam, ainda, outros.
             A confusão instalou-se na sala de aula, pois eram muitas as perguntas que todos faziam ao mesmo tempo. A professora pediu silêncio e disse:
            - De facto, tudo o que o Rodrigo diz é muito real. O nosso planeta corre vários perigos, mas a escassez de água é uma grande preocupação. Todos nós temos o dever de ajudar nesse sentido, poupando e racionalizando a água potável.
            Dando seguimento àquele diálogo, a professora chamou os alunos ao computador e todos juntos foram fazer pesquisas sobre a água e como poupar a água. Os alunos ficaram admirados e ao mesmo tempo preocupados e decidiram juntar-se em diversos grupos e motivarem e esclarecerem os restantes colegas da escola e o resto da população na forma de poupar água.
            Logo ali planificaram as suas ideias. Cartazes em lugares estratégicos da escola e da localidade, folhetos para distribuir em casa e na rua, palestras na escola foram algumas das atividades agendadas.
            Quando a aula terminou, o Rodrigo correu ao lavatório e chamou a professora e muitos dos seus colegas a irem consigo para lhe mostrar a gotinha. Quando lá chegou, o menino não viu a gotinha e ficou mesmo muito triste. Olhou com atenção para a torneira, depois para o lavatório e não estava lá… tinha-a perdido e nem conseguira apresentá-la aos colegas ou ao menos despedir-se.
            Subitamente, reparou no balde que a D. Maria, a auxiliar da escola, tinha debaixo do lavatório, para apanhar alguns pingos de água que pudessem cair e viu a gotinha muito grande, brilhante e risonha.
          - Está ali, a gotinha! – disse ele a todos. – Como estás grande!!! – exclamou.        
            E a gotinha disse:
            - Não esqueças: “Pequeno a poupar, grande a ganhar”.
            O Rodrigo não sabe se os colegas e a professora ouviram a gotinha, mas ele ouviu e certamente não voltará a estragar água, um bem essencial à vida!  

Algumas das nossas páginas...




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