Os nossos estrunfes e estrunfinas tiveram uma semana
muito azafamada. Depois de um fim de semana preenchido com a festa da 1ª
Comunhão, dos alunos do 3º ano, fizeram-se as revisões e nos últimos três dias
da semana realizaram-se as fichas de avaliação mensal.
Entretanto, como era previsto, saíram os nomes das
escolas vencedoras do concurso realizado em fevereiro, deste ano, “Pequeno,
Grande C” (concurso realizado pela Calouste Gulbenkian - Lisboa) e embora a
nossa obra não tenha sido selecionada, valeu-nos a experiência, o empenho e a motivação
de um projeto (a coesão do grupo para um resultado final). Adorámos ver alguns
trabalhos de nossos colegas de outras escolas. http://www.facebook.com/#!/pages/Pequeno-Grande-C/220587777997148
Uma vez que o concurso terminou, passamos a apresentar a nossa história. Simples, certamente,
mas criada por nós em contexto de sala de aula e com base numa experiência
real.
De Pequeno a poupar,
Grande a ganhar”
O Rodrigo era
um rapaz de oito anos cheio de energia. Adorava a Natureza e tudo o que ela
tinha. Apreciava as árvores, as flores coloridas, as borboletas e os cantos dos
pássaros, enquanto fazia belos passeios de bicicleta e corridas de skate.
Já na escola, a
sua preferência era jogar à bola. Começava, logo de manhã, mesmo antes da aula.
A bola parecia chamá-lo para a brincadeira e ele não resistia. Logo que
avistava o carro da professora a estacionar, pegava na bola e arrumava-a no
armário e corria a lavar as suas mãos. Precisava de se despachar para não se
atrasar a entrar na sala de aula.
Certo dia, o
Rodrigo foi lavar as mãos, mas como sempre, não verificou se a torneira ficou
bem fechada. Quando se preparava para sair da casa de banho, ouviu uma voz fina
e doce que o chamava:
- Rodrigo….
Rodrigo. Volta!
O rapaz, ao
ouvir aquela voz e o seu nome, voltou-se e não viu ninguém. Aproximou-se do
lavatório para fechar a torneira que tinha ficado a pingar. E foi nesse
instante que percebeu que a voz vinha de uma gota de água, que tentava
segurar-se à torneira para não cair.
O Rodrigo
espantado com o que via, perguntou à gotinha:
- Tu falas? Devo estar a sonhar!
- Não, tu não estás a sonhar. Eu sou uma pequena gotinha de
água, mas com uma grande missão.
- O quê? Uma missão como aquela miúda dos desenhos animados?
Posso ajudar?
- Sim!
O Rodrigo, interessado naquela conversa, estendeu a mão e deixou
a gotinha escorrer pelos dedos até à palma da sua mão.
A gotinha começou a contar a sua história e
o Rodrigo ficou boquiaberto. Ela explicou que o planeta Terra corre perigo,
porque há grande desperdício de água potável.
- Como assim?
Mas eu acho que há tantas fontes, rios e mares…
- Pois, mas muita
dessa água é imprópria para beber. – disse a gotinha.
- Mas, afinal, ainda não respondeste à minha principal
dúvida. Porque é que estás aqui? Por que é que me chamaste? Como sabes o meu
nome?
- Eu chamei-te
porque as minhas irmãs contaram-me que tu e alguns dos teus colegas desperdiçam
muita água.
- Ai sim ?!!!
Como é que nós estragamos água? – perguntou o Rodrigo. – Não me digas que é por
a torneira ficar mal fechada?
- Sim! Sabias
que mesmo só com a torneira a pingar há muita água que se perde?
- Ah! Só mesmo
a pingar? – perguntou o rapaz curioso.
- Sim. Sabias que ao fim de um dia já se terá desperdiçado
quarenta e seis litros de água?
- Não, não
fazia ideia! Mas esse número é assustador. Como é possível?
A gotinha
sorriu e continuou a explicar:
- Pensa bem na
água que tu e os teus colegas têm gasto quando deixam a torneira mal fechada…
- Upss!!! É que
eu, às vezes, tenho tanta pressa que nem vejo se a torneira está aberta.
- Mas,
Rodrigo, esse teu gesto não é nada bom para o nosso planeta.
O Rodrigo ficou
pensativo e disse, por fim:
- Prometo que
vou tomar mais atenção e vou verificar sempre se a torneira fica bem fechada.
- Fico muito
contente contigo! E como vais alertar os teus colegas?
- Não te
preocupes, gotinha. Vou já avisá-los e podes acreditar que não vou permitir
mais desaproveitamentos.
-Há ainda
outras formas de poupar água e que talvez não conheças ou te lembres.
- Sim?!!!
- Muitas são as crianças que, enquanto
lavam os dentes, não se preocupam e deixam a água a correr, desperdiçando
muita, muita água.
- Estou a ver….
Tanta água boa a ir embora. É mesmo um grande disparate! E nos banhos? Será que
também fazemos asneira?
- Percebo agora
que a água passará a ter um valor diferente para ti. – disse a gotinha com um
sorriso muito grande e iluminado. – Os banhos, apesar de diários, devem ser
rápidos e de chuveiro, para haver uma maior poupança da água. Caso contrário,
no futuro haverá muitos problemas por causa da falta de água.
-Problemas? ...
Queres dizer, pode haver guerra pela falta de água?
- Sim. – respondeu,
com certeza, a gotinha.
- Realmente,
este assunto é mesmo importante… - disse o rapaz, levantando-se e olhando para
a gotinha.
- Tenho de
entrar na aula, pois a professora e os meus colegas já devem estar preocupados
comigo! Onde te posso deixar?
- Não te
preocupes comigo. Deixa-me aqui, no lavatório, para depois eu ir ter com as
minhas irmãs.
- Mas não vais
esperar aqui por mim e pelos meus colegas, no intervalo? Estou cheio de ideias
sobre a importância da poupança da água… mas preciso de ti para me ajudares.
- No intervalo
cá vos espero!
Quando o
Rodrigo chegou à sala a professora perguntou-lhe o que tinha andado a fazer
para chegar tão tarde à sala de aula. Ele explicou à professora e aos colegas o
seu encontro com a gotinha de água.
- Uma gotinha de água a falar? – perguntou um
colega.
- Tu tiveste
esse sonho? – perguntava outro.
- Ele deve ter
estado a brincar e agora está a inventar tudo isto… - diziam, ainda, outros.
A confusão instalou-se na sala de aula, pois
eram muitas as perguntas que todos faziam ao mesmo tempo. A professora pediu
silêncio e disse:
- De facto,
tudo o que o Rodrigo diz é muito real. O nosso planeta corre vários perigos,
mas a escassez de água é uma grande preocupação. Todos nós temos o dever de
ajudar nesse sentido, poupando e racionalizando a água potável.
Dando
seguimento àquele diálogo, a professora chamou os alunos ao computador e todos
juntos foram fazer pesquisas sobre a água e como poupar a água. Os alunos
ficaram admirados e ao mesmo tempo preocupados e decidiram juntar-se em
diversos grupos e motivarem e esclarecerem os restantes colegas da escola e o
resto da população na forma de poupar água.
Logo ali
planificaram as suas ideias. Cartazes em lugares estratégicos da escola e da
localidade, folhetos para distribuir em casa e na rua, palestras na escola
foram algumas das atividades agendadas.
Quando a aula
terminou, o Rodrigo correu ao lavatório e chamou a professora e muitos dos seus
colegas a irem consigo para lhe mostrar a gotinha. Quando lá chegou, o menino
não viu a gotinha e ficou mesmo muito triste. Olhou com atenção para a
torneira, depois para o lavatório e não estava lá… tinha-a perdido e nem
conseguira apresentá-la aos colegas ou ao menos despedir-se.
Subitamente,
reparou no balde que a D. Maria, a auxiliar da escola, tinha debaixo do
lavatório, para apanhar alguns pingos de água que pudessem cair e viu a gotinha
muito grande, brilhante e risonha.
- Está ali, a
gotinha! – disse ele a todos. – Como estás grande!!! – exclamou.
E a gotinha
disse:
- Não esqueças:
“Pequeno a poupar, grande a ganhar”.
O Rodrigo não
sabe se os colegas e a professora ouviram a gotinha, mas ele ouviu e certamente
não voltará a estragar água, um bem essencial à vida!
Algumas das nossas páginas...
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